NORMAS PARA A
REALIZAÇÃO DA AVALIAÇÃO
NA ESCOLA MUNICIPAL
PROFESSORA DELANI APARECIDA ALVES
APRESENTAÇÃO
“A formação não se
constrói por acumulação (de cursos, de conhecimentos ou de
técnicas), mas sim através de um trabalho de reflexibilidade
crítica sobre as práticas e de (re) construção permanente de uma
identidade pessoal. Por isso é tão importante investir a pessoa e
dar um estatuto ao saber da experiência ” (Antonio Novoa, 1992).
A gestão democrática está pautada
no respeito ao princípio da alteridade,
que valoriza a distinção do outro, que compreende as diferenças
advindas das relações de contraste. Portanto,
é importante saber ouvir, saber fazer análises e, a partir de
então, tomar as decisões cabíveis em todas as situações
compartilhadas no ambiente escolar .
Partindo desse princípio o objetivo
de se investir uma verba específica da escola em livros pôde
suscitar inúmeras questões: “será que vamos apenas gastar a
verba?; como aplicá-la da melhor maneira possível?; seria melhor
simplesmente doar o livro para as professoras?”
Comprar os livros “Avaliação na
pré-escola ”, no entanto, teve como intenção suprir a
necessidade de uma leitura fácil e imediata que embasasse nossa
formação neste momento histórico vivido pela escola.
Momento histórico especialmente
vivido pelos profissionais lotados na Escola Municipal Professora
Delani Aparecida Alves durante um movimento de ação-reflexão que
encarou de frente a construção de um parecer descritivo digno do
trabalho realizado – transparente, significativo e comprometido –
por todos os profissionais da educação, que entendem a função
social de sua profissão.
Alguém talvez pudesse pensar “porque
gastar R$ 858,00 em livros que, talvez, nem fossem lidos ou
aproveitados pelos professores, numa época em que existe tanta falta
de material escolar e de expediente para o nosso dia a dia?”
Com a perspectiva, portanto, de gestar
democraticamente nossa escola e por acreditar no grupo como um
coletivo de profissionais que tem vez e voz, necessária foi a busca
por meios que minimizassem as preocupações com a escrita do parecer
e a necessidade de mudar a maneira como nossos alunos seriam
avaliados. Tal investimento foi e é uma forma de reconhecer a
competência das professoras desta escola que tanto lutam por obterem
a qualidade na educação pública de nosso Município, como
pré-requisito para nossa formação continuada.
No momento em que na hora atividade –
nesta escola – estuda-se a revisão curricular, a avaliação como
forma de real de resultado do processo ensino-aprendizagem, buscando
reconhecer a todos como integrantes da Proposta Pedagógica e
conhecendo as Diretrizes Municipais de Educação, não admite-se,
nesta escola, pedagogo que não estude, que não interfira, que não
questione, que não pense e planeje junto. Não se admite
profissionais que somente ajudem a recortar e imprimir papéis, que
somente se disponham a digitar e grampear as atividades diárias. O
foco da equipe pedagógica da Escola Delani – pela competência de
seu grupo – tem que ser o PLANEJAMENTO.
O bom planejamento, é
compreendido como um instrumento que construo, que efetivo
significativamente o meu trabalho (é a materialidade do trabalho
docente) e reconheço na presença do aluno a existência de um
outro sujeito que “existe”, e que pensa.
Usufruindo da competência e
responsabilidade é que as pedagogas procuram mostrar a necessidade
de sempre estar estudando para melhorar a ação de ensinar.
Portanto, também não se pode acomodar em dizer: “Ah, eu sou uma
professora tradicional”.
- Lembre-se que estamos no século XXI;
- que a concepção do Município de Araucária, há 20 anos é histórico-crítico;
- porque a Proposta Pedagógica da escola revela que a caminhada – a trajetória do processo de ensino-aprendizagem desta Escola fundamenta-se em bases teóricas além das apresentadas em assessoramentos e formações da mantenedora.
Vale lembrar que, mesmo com
comentários que insistem em transmitir a ideia de que a Proposta
Pedagógica está escondida, ela está postada na internet por meio
do blog da escola.
Sendo assim, notadamente podemos
compreender que, se o objetivo é continuar trabalhando nesta
escola, ter-se-á que estudar.
Desta feita, conclui-se que este
documento, após as discussões e ações propostas contempla e
corrobora os pressupostos de avaliação da Escola Delani,
propondo-se também sua inserção como adendo em nossa Proposta
Pedagógica e em nosso Regimento devendo ser seguido por todos os
professores que estiverem lotados nesta Escola, em qualquer condição:
fixos, substitutos, designados, com ordem de serviço (seja regente,
corregente, projeto, apoio).
FUNDAMENTAÇÃO LEGAL
Constituição da República
Federativa do Brasil, 1988, artigos 205 e 206.
Lei de Diretrizes e Bases para a
Educação Nacional, Lei 9394/96.
Resolução n°04 de 2010 do Conselho
Nacional de Educação, artigo 46.
Resolução n°05 de 2009 do Conselho
Nacional de Educação, artigos 10 e 11.
Parecer n°07 de 2010 do Conselho
Nacional da Educação.
Resolução n°08 de 2006 do Conselho
Municipal de Educação, artigo 18.
Diretrizes Municipais de Educação,
2010, capítulo 3, item 3.5.
Proposta Pedagógica da Escola
Municipal Professora Delani Aparecida Alves.
PRESSUPOSTOS DE AVALIAÇÃO
A avaliação é compreendida como uma
importante etapa do processo ensino aprendizagem, na qual o professor
investiga e interpreta os dados do desenvolvimento da aprendizagem
dos alunos e de seu próprio trabalho, esta deve ser:
“...um ato consciente
de reflexão e de ação. Para a superação desta condição é
necessário redimensionar não somente a forma de avaliar, mas também
sua forma de conceber o ato educativo, sua metodologia, a maneira
como seleciona os conteúdos e consequentemente os objetivos e os
instrumentos utilizados, na efetivação da aprendizagem e do ensino
com resultados significativos para ambos os sujeitos.” (DMC’s,
2010).
O processo de avaliar deve-se
considerar:
- a postura pedagógica do professor;
- o compromisso de educar e avaliar;
- o planejamento;
- o contexto histórico-cultural-social
dos alunos.
Nesta escola a avaliação deve:
- mediar a ação educativa buscando
entender como cada aluno interage com a aprendizagem;
- ser processual, diagnóstica,
contínua e qualitativa;
- ser reflexiva (oportunizando a
reflexão sobre a didática e a prática do professor);
- incidir sobre o desempenho do aluno
em diferentes situações de aprendizagem;
- utilizar-se de múltiplos registros,
várias técnicas e diferentes instrumentos;
- não deve admitir as chamadas provas
de final de período (seja bimestral ou trimestral);
- deve priorizar a criticidade, a
capacidade de síntese e a elaboração pessoal;
- o processo avaliativo inicia-se na
construção do planejamento e é intrínseco à ele;
- a concepção de avaliação desta
escola repudia a avaliação classificatória (baseada em notas e em
pareceres que são preenchidos através de conceitos);
- a avaliação deve fornecer
subsídios para que o professor possa analisar o erro com construção
de estratégias para superá-lo e não entendê-lo como julgamento de
capacidades dos alunos.
O registro formal do processo
educativo aqui se dá por meio do Parecer Descritivo, do 1° ao 5°
ano, estes possibilitam acompanhar a história da vida escolar dos
alunos registrando as ações do processo de ensino aprendizagem
pelas quais o aluno já passou.
“Para a criança, o
relatório de avaliação é o registro que historiciza o seu
processo de construção de conhecimento e que constitui a sua
identidade”.(Hoffman,2006, pag. 56)
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